INSTITUTO AION DE PSICOLOGIA PROFUNDA

 

ESTES SÃO ALGUNS DOS GRANDES MITOS DA HISTÓRIA CONTADA PELOS HUMANOS EM BUSCA DA PRÓPRIA ORIGEM. O HOMEM "PRIMITIVO" ACEITAVA SUA ORIGEM COMO DIVINA E VIA-SE A SI MESMO COMO PARTE INTEGRANTE DO COSMO.


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01- O MITO DE ÉDIPO

Édipo, o trineto de Cadmo, é famoso por ter resolvido o enigma da Esfinge. Entretanto, sua fama maior se dá por causa da relação incestuosa com sua mãe. Na antiga Grécia, Édipo era um exemplo arquetípico do herói trágico. Sua trajetória de vida fundava-se no sofrimento universal da ignorância humana, demonstrada pela incompreensão da pessoa sobre quem ela é, e sobre sua incapacidade de reconhecer seu destino.

Filho de Laio, o rei, e sua esposa Jocasta, Édipo nasceu na cidade de Tebas. Logo após seu nascimento, Laio consulta o oráculo sobre o futuro de Édipo. O oráculo prediz que Laio encontraria a morte nas mãos de seu próprio filho. Imediatamente, Édipo é entregue a um pastor do Monte Citéron com os tornozelos perfurados. Assim, ele não poderia andar e não sobreviveria. Por isso, seu nome significa "pé perfurado, machucado, inchado".

O pastor, tomado de compaixão pela criança, entrega-o a outro pastor que por sua vez, leva a criança a Pólibo, rei de Corinto. Pólibo não tinha filhos e, logo se encantou com Édipo. No seu período de juventude, revoltado com os comentários de que não era filho sangüíneo de Pólibo, Édipo decide viajar para Delfos a fim de consultar o oráculo. O oráculo contou-lhe sobre o seu ingrato destino de matar seu pai e casar com sua mãe. Tomado de vergonha e chocado com a revelação, foge de Corinto.

No meio da fuga, ao chegar na encruzilhada de três estradas, Édipo topa com a carruagem de Laio, que não o reconhecera. Um membro da escolta de Laio ordena a Édipo para sair do caminho, mas Édipo não corresponde à ordem. Mas, a carruagem força a passagem, e no meio do tumulto, Laio golpeia Édipo com um bastão. A respondeu de Édipo foi imediata, derruba Laio de seu cavalo e o mata. E empreende uma fuga.

O caminho da fuga o leva a Tebas, cidade de Laio. Tebas estava aterrorizada pela Esfinge, monstro feito a meia de leão alado, e de mulher, que tinha o hábito de lançar desafios paradoxais aos transeuntes: O que é que anda com quatro pernas pela manhã, duas pernas à tarde e três pernas à noite? O preço pago pelos transeuntes que não conseguiam decifrar o enigma era serem jogados pela Esfinge num precipício cheios de ossos das vítimas. Édipo foi então apresentado à rainha Tebas, Jocasta, para que ele pudesse solucionar a charada e libertar o povo da Esfinge. Édipo, sem delongas, ofereceu seu parecer: a esfinge se referia a um homem, que quando bebê engatinha de quatro, ao crescer anda em duas pernas e na idade mais idosa necessita do suporte de uma terceira perna, uma bengala". Ao escutar a resposta, a Esfinge revoltada se jogou no precipício provocando sua morte.

Logo, os tebanos fizeram de Édipo seu novo rei; casou-se com Jocasta e viveram felizes por vários anos. O governo de Édipo foi bastante enaltecido. Jocasta deu-lhe quatro filhos, Etéocles, Polínece, Antígona e Ismênia. No entanto, depois de alguns anos, os agricultores se depararam com uma praga que estava matando as hortaliças, e o gado começara a ficar improdutivo, além das pessoas começarem a ficar doentes. Parecia que os deuses haviam abandonado Tebas. Creonte, irmão de Jocasta, ao consultar o Oráculo de Delfos, revela que a maldição fora motivada pela morte de Laio e que ela só pararia depois que o assassino de Laio fosse julgado. Édipo logo quis encontrar o tal assassino. Dirige-se ao profeta Tirésias, um cego tebano, que depois de evitar revelar a verdade, resolve dizer que Édipo era aquele que trouxera maldição sobre a cidade.

Édipo se enfurece e logo suspeita que seu cunhado Creonte estaria tramando com Tirésias para assumir o trono. Jocasta procura acalma-lo dizendo: é impossível que Édipo tenha morto Laio, pois ele foi morto numa encruzilhada de três estradas. Édipo logo lembra seu encontro com um homem velho perto de Delfos assassinado por ele, e percebe que era Laio. A confirmação veio com o pastor de Laio. Ele admite que tomou o filho de Laio e com pena o entregou ao pastor de Pólibo, ao invés de o deixar morrer. Esta criança era Édipo, que agora tinha sucedido seu pai no trono e no leito. Jocasta não esperou pelo desfecho e se enfocara. Édipo, desesperado, arranca os brincos de ouro de Jocasta e fere seus olhos, pois estava angustiado com a idéia de que sabendo a verdade não conseguiria mais olhar para o mundo.

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02- A CAIXA DE PANDORA

Conta o imaginário popular da Grécia Antiga que Júpiter fez uma mulher e a enviou a Prometeu e seu irmão, para puni-los porque ousaram furtar o fogo do céu, e ao homem, por tê-lo aceito. O nome desta primeira mulher era Pandora. Ela foi gerada no céu a partir da contribuição de cada um dos deuses. Mercúrio dotou-a de persuasão, Vênus contribuiu com a beleza, Apolo fê-la melódica, e assim por diante. Envolta em dons, a mulher foi enviada à Terra e oferecida a Epimeteu, que logo a aceitou, mesmo contra o conselho de irmão para que ele tomasse as precauções quando se tratasse de um presente de Júpiter.

Epimeteu possuía em sua casa uma caixa dentro da qual costumava guardar objetos perversos que não foram utilizados durante a construção da morada do homem. Curiosa por saber o conteúdo da caixa, Pandora, certo dia, a destampou. Da caixa, saíram todos os objetos e se espalharam por toda a parte provocando o surgimento de pragas contra os homens. São pragas a inveja, o ciúme, a raiva, as dores do corpo, e a morte. Pandora tenta colocar a tampa de volta, mas era tarde demais. Todo o conteúdo da caixa havia fugido, exceto uma única coisa, que ficara no fundo, a esperança.

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03 - CRIAÇÃO DO MUNDO

Antes da criação da terra, do mar e do céu, todas as coisas estavam sob a forma de Caos - uma massa sem forma, mas que tinha em suas entranhas as sementes das coisas. A terra, o mar e o ar estavam todos misturados; assim, a terra não era sólida, o mar não era líquido e o ar não era transparente. Então, Deus e a Natureza organizaram o Caos, gerando a cosmogonia, separou a terra do mar e o céu de ambos. Sendo que a parte mais leve tornou-se o firmamento; em seguida foi colocado o ar. A terra, por ser mais pesada, ficou para baixo, e a água ocupou o ponto inferior, fazendo flutuar a terra.

Um deus
– não se sabe ao certo qual seja – completou o espaço com rios, lagos, animais, montanhas, vales, peixes e aves. Mas, a natureza parecia carecer de um animal mais nobre, e assim foi feito o Homem por Prometeu, que tomara um pouco da terra e, misturando-a com água, fez o homem à semelhança dos deuses. Fê-lo ereto a fim de que ele, por sua nobreza, possa ficar de cabeça erguida para contemplar as estrelas, enquanto os outros animais têm o rosto voltado para baixo, olhando a terra. Prometeu, titã, de raça gigantesca, habitante da terra antes do homem, e seu irmão Epimeteu foram encarregados pelos deuses de fazer o homem e os animais dando-lhes os dons necessários à sua preservação. Epimeteu fez a obra e Prometeu examinou. Assim, Epimeteu atribuiu a cada animal dons diversos: coragem, força, rapidez, sagacidade; a uns ele deu asas, a outro, garras. Mas, ao chegar a vez do homem, que tinha de ser superior a todos os outros animais, Epimeteu havia gasto seus recursos e nada mais restava. Perplexo, buscou socorro a seu irmão Prometeu, que, com a ajuda de Minerva, subiu ao céu e acendeu sua tocha no carro do sol, trazendo o fogo para o homem. Com o fogo, o homem assumiu sua superioridade sobre todos os outros animais.

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04 - NETUNO OU POSEIDON

Poseidon, ou Netuno, filho de Saturno e de Réia, tinha como irmãos Júpiter e Plutão. Ao nascer, Réia o escondeu em um aprisco da Arcádia, e induziu Saturno à crença de que ela havia dado à luz a um potro que lhe deu para devorar. Na partilha do Universo entre Júpiter, Plutão e Netuno, ele ficou com a parte que representa o mar, as ilhas, e as ribeiras. Quando Júpiter venceu os Titãs, seus terríveis adversários, Netuno encarcerou-os no Inferno que fica no fundo dos oceanos, impedindo-os de tentar novas ações terríveis. Netuno os mantém presos atrás das grades que fecham a prisão formada por ondas e rochedos.

Netuno comanda a sua parte da partilha do Universo com tranqüilidade absoluta. Do fundo do mar, seu eterno lar, ele observa e sabe o que se passa na superfície. Em tempos de tempestade incontrolável, Netuno cuida de impor serenidade sobre as águas para que elas não causem injustos naufrágios. Ele reconduz as águas agitadas até o seu leito, resgata os navios encalhados em rochedos, e restabelece a ordem no reino oceânico.

Sua mulher chamava-se Anfitrite, uma ninfa filha de Doris e de Nereu. Anfitrite havia recusado num primeiro momento o cortejo de Netuno, e por causa das perseguições de Netuno, ela se escondeu em um lugar desconhecido. Logo depois, um delfim, a serviço de Netuno, encontrou-a ao pé do monte Atlas, e persuadiu-a a aceitar o pedido do deus. Sua recompensa foi ser colocada entre os astros. De Netuno ela gerou um filho de nome Tritão, e várias ninfas marinhas. Conta o mito que ela também foi a mãe dos Ciclopes.

Netuno é temido e suas ações que geram ruído do mar, sua profundidade misteriosa, escura e extasiante, seu poder absoluto sobre os oceanos, sua impetuosa severidade provoca medo no mundo. Sua representação se dá sob a forma de um touro, em seus deleites amorosos com a filha de Éolo; na forma de um rio, sob a de um carneiro, para seduzir Bisaltis, como cavalo para enganar Ceres; como um grande pássaro nos amores com Medusa, e como um delfim ao se apaixonar por Melanto.

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05 - NASCIMENTO DE BACO

Do casamento de Cadmo com Harmonia nasceram Polidoro, e quatro filhas, Autonoe, Ino, Semele e Agave. Semele foi desposada por Júpiter e tornou-se mãe de Baco. Entretanto, Semele não podia ficar por muito tempo oculta a Juno, que decidiu vingar-se de Júpiter antes do nascimento da criança que Semele trazia em seu ventre. “A implacável deusa, resolvida a perder a rival, revestiu-se sob a forma de Beroé, velha nutriz de Semele, e fora visitar a jovem. Com habilidade extrema fez com que a conversa girasse em torno de Júpiter. Prouvera ao céu, disse Juno à filha de Cadmo, que seja o próprio Júpiter quem te ama! Mas eu temo por ti: quantas moças não foram iludidas por simples mortais que se diziam um deus qualquer! Se aquele de quem me falas for verdadeiramente Júpiter, ele saberá dar-te provas certas, vindo visitar-te com a majestade que o acompanha.

“Enganada pelas hábeis palavras de Juno, Semele pediu a Júpiter que lhe concedesse uma graça, sem especificar qual, e o pai dos deuses e dos homens jurou que a concederia. Descontente e inquieto com o que ela lhe pedira, mas não podendo retirar um juramento, reuniu os trovões e os raios e foi visitar Semele. Mas a habitação de um mortal não poderia resistir àquilo, e mal o deus se aproximou do palácio de Semele o incêndio se generalizou. A filha de Cadmo ficou reduzida a cinzas, e Júpiter mal teve tempo para retirar-lhe do seio o menino que ela ia dar à luz e encerrá-lo na sua coxa, onde ficou até o dia designado para o nascimento.” (Ovídio). Esse menino foi Dionísio, chamado pelos latinos Baco, ou Líber, que assim nasceu duas vezes e foi educado pelas ninfas de Nisa.

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06 - O MITO DA CRIAÇÃO, CONFORME PLATÃO

Conforme Platão: os sexos da espécie humana eram três e não dois, masculino e feminino. Havia naquele tempo o andrógino, com ambos os sexos e introjetados em ambos. Assim, a figura de cada homem era andrógina e estava inteira, costas redondas e costelas em círculos; tinham quatro mãos, e pernas em número igual ao das mãos; sobre o pescoço bem redondo, dois rostos, em tudo iguais, mas o crânio, sobre os dois rostos colocados um ao contrário do outro, era um só. As orelhas, quatro.

Não só caminhavam ereto como para qualquer direção, corria, girava em círculo, rodando sobre si. Por causa de sua força, desejou ser deus, escalar os céus. Zeus e outros deuses resolvem mostrar em qual lado estava o poder, mas pairou dúvida: matá-los com raio? Tolerar a insolência? Depois de reflexões, Zeus decide:

“Descobri um jeito de existir a humanidade, mas deixar de insubordinações: emfraquiecê-la. Por ora vou cortar cada um deles em dois; serão mais fracos e mais proveitosos para nós. Hão de andar eretos, mas se continuarem arrogantes ainda os dividirei em mais dois até andarem com uma perna só.

Dito isto, fendeu o homem em dois, mandou a Apolo preencher de pele o que chamamos de barriga, fechar corte e amarrar na altura do umbigo. Ora fendido o físico em dois, cada metade sentia saudade da outra e juntavam-se envolvendo com os braços e enlaçados uns aos outros, no desejo de unificar-se, apelas pelo enlace. Invadido de compaixão, Zeus passou-lhes as púberes para o lado da frente para haver reprodução via sexualidade pois até então eles se reproduziam não uns com outros, mas pelo ato de extirpar o que é excesso a si. Agora sim, haveria de haver um momento em que lembrasse do físico primitivo, que procura de dois compor um e curar a natureza humana.

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07 - MITO MALGAXE DA CRIAÇÃO

Certo dia, Deus fez descer à terra seu filho, para examinar todas as coisas e viabilizar a criação de seres vivos. o filho então desceu do céu, mas a terra era insuportavelmente quente. Não aguentando mais o calor, embrenhou-se na mata em busca de frescor e nunca mais reapareceu. Deus esperou longo tempo o retorno do filho.Preocupado, enviou diversos servos à sua procura. Estes eram homens que vinham à terra e cada um deles seguia caminho diferente, tentando encontrar o desaparecido. Buscas inúteis. Os servos de Deus sofriam porque a terra era quase inabitável de tão quente, árida e nua. Vendo que era inútil a procura, os homens de vez em quando mandavam um deles informar a Deus sobre o fracasso de suas buscas e pedir-lhe novas instruções. Muitos homens foram mandados de volta ao criador, mas infelizmente nenhum deles regressou à terra – são os mortos.

Até hoje os mensageiros continuam a ser enviados ao céu, já que o filho ainda não foi encontrado e nenhuma mensagem de Deus chegou à terra, onde os primeiros homens se estabeleceram e se multiplicaram. Eles não sabem o que fazer
– continuar procurando ou desistir. Nenhum dos mensageiros regressou para nos informar, mas ainda continuamos a enviá-los ao céu... mas Deus,para recompensar a alma humana, enviou a chuva para refrescar e permitir que seus servos cultivem plantas que possam alimentá-los.

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08 - O MUNDO DOS DEUSES CANANEUS

Havia um deus muito pessoal e poderoso chamado de EL (= deus). Representado sob a forma de um touro, Ele era o pai dos deuses, o rei. Este deus cria e casa com ASHERAT (= mãe-deusa) e ANAT (= deusa do amor e da guerra). Elas fecundam vários deuses com EL, entre eles BAAL, YAM e MOT.

Apesar de ser o Deus rei, EL depois de uma tempo envelhece torna-se fisicamente fraco. Baal aproveita da situação para invadir o Panteão onde mora EL
– no Monte Sapân. Não o mata, mas arranca suas entranhas fecundas tornando-o um deus impotente e debilitado para reassumir a soberania. BAAL também rouba suas duas mulheres, Asherat e Anat, além de declarar-se o novo deus soberano.

Essa mudança de poder divino significou a mudança de um deus velho, criador, frágil e cosmocrata para um jovem, dinâmico e com o poder da fertilidade cósmica. Mas, El não se submete e pede socorro a YAM (= deus do mar), o elege seu sucessor e pede que destrone Baal. Entretanto, ajudado por Anat, Baal o enfrenta e o mata. Essa vitória significa a vitória da
“chuva” sobre o “mar”, numa dimensão cósmico-agrícola. A ordem das estações e a estabilidade da fertilização do solo vencem o caos cósmico, o dragão do mar que desorganiza a natureza. 

Baal, então, cria o raio e o trovão para que os deuses e os humanos soubessem a hora da chegada da chuva. Mesmo assim, Baal não consolida sua vitória em definitivo. Outro deus o desafia. Ele chama-se MÔT (= deus da morte). Baal aceita o desafio e, antes de ir à luta, fecunda uma novilha para que seu sucessor estivesse assegurado em caso de derrota (aqui Baal revela-se um touro cósmico tal qual seu pai). Ao ir para a luta, desce aos infernos mas não volta. Dois mensageiros de El encontram o corpo e avisam a El, que se compadece e se preocupa com a humanidade, pois a morte de Baal coloca em perigo a existência humana por causa da fertilidade cósmica.

Anat vinga a morte do marido Baal, e assassina Môt. Depois, em um sonho, El vê que Baal está vivo e que chovia gordura do céu e mel corria nos barrancos (similar à questão bíblica do leite e  mel
– Ex 3,8). Baal não morreu; também Môt não morreu.Trata-se da morte cíclica das divindades conforme a situação cósmica da natureza.

Môt vai a El reclamar a traição de Anat e o roubo da soberania por Baal. Os dois adversários, Baal e Môt, recomeçam então a luta pela soberania. SHAPASH (= deusa do sol) é enviada por El a Môt para dizer-lhe que é inútil a luta e Môt reconhece então sua submissão a Baal. Baal assim torna-se soberano para sempre, trazendo um tempo de paz e prosperidade em Canaã.

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09 - OS DEUSES (ORIXÁS) AFROBRASILEIROS

Na literatura religiosa afrobrasileira, a melhor representação do mundo é uma cabaça dividida ao meio, metade o céu (Orum, Obatalá) e metade a terra (Ayê, Odudua). No início, não havia terra. Os orixás viviam no Orum, ao redor de Olorum, Senhor do Universo, fecundado por Obatalá. A terra era um vasto oceano. Os orixás (divindades) queriam conhecê-lo. Obatalá nomeou Oxalá para descer ao Ayê, metade inferior da cabaça, e espalhar o pó preto para formar terra firme.

Entregou a ele o saco com o pó preto e uma galinha. Oxalá partiu em viagem, mas no meio do caminho sentiu sede. Exu, vendo que Oxalá sentia sede, ofereceu-lhe vinho de palma. Oxalá bebeu ao ponto de se embriagar e cair em sono profundo. Exu toma de Oxalá o saco da criação e o leva a Obatalá, conta-lhe que Oxalá bebera e negligenciara sua tarefa.

Obatalá então entregou o saco a Odudua, que com ele desceu à terra, jogou o pó preto sobre o oceano e tornando-se ela mesma uma galinha, ciscou o pó preto até que se formaram os continentes e toda terra firme que há. A terra firme é Aganju, filho de Odudua e Iemanjá. Obatalá então criou um grande dendezeiro, por onde desceram à terra todos os orixás, cada um escolheu uma parte do mundo que lhe agradava, para cuidar.

Assim, Oxum e Obá escolheram as águas doces; Iansã quis os ventos; Xangô os trovões e as cachoeiras; Obaluaiê à terra firme; Nanã a lama dos fundos dos rios e os abismos; Ogum quis as montanhas e os minérios; Oxossi as matas e florestas; Oxumarê o arco
– íris; Ewá os horizontes. Apenas Exu não sabia o que escolher, pois tudo e nada lhe agradava. E considerou-se assim dono de tudo um pouco, com que os demais orixás concordaram. Assim, o mundo foi criado e dividido entre orixás. Por isto que cada um detêm o domínio de uma parte da natureza.

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10 - ODIN (DIVINDADE NÓRDICA)

Odin é o líder dos deuses nórdicos e tem uma miríade de nomes entre os quais o Todo-Poderoso, Ygg, Bolverk (malfeitor), e Grimnir. Ele tem também várias funções nos mitos nórdicos, entre as quais ser o Deus da Guerra, da Poesia, da Sabedoria e da Morte. Entretanto, ele não é considerado o Deus principal de cada uma dessas funções. O símbolo de Odin é sua lança mágica chamada Grungir, que nunca erra seu alvo. Ele também possui um anel mágico chamado de Draupnir. Foi este anel que Odin colocara sobre a pira funerária de seu filho Balder e este se liberta do submundo, voltando à vida. Odin também tem dois lobos, Geri e Freki, e dois corvos, Hugin (pensamento) e Munin (memória). Ele costuma enviar seus corvos ao mundo todo dia para colher informações sobre as ações dos homens. 

O destino de Odin está ligado à sua própria morte em Ragnarok. Fenris
– um lobo – é o seu assassino, que deveria devora-lo. Sabedor de seu destino, ele não foge mas resolve abraçar o fato e ir à luta contra o lobo, mostrando a verdadeira ética de um guerreiro. Ele é a divindade dos guerreiros e dos reis, dos homens nobres. Entre seus filhos, destaques para Thor, Helmod e Balder. Ele é casado com Frigg, a divindade protetora dos casamentos, na mitologia nórdica.

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